Leia esse texto antes de surtar! Maternidade e saúde mental tem que andar lado a lado!
Olá Mãe!
Como você está se sentindo hoje? Espero que esteja bem! Mas se não tiver tudo bem, tá tudo bem também hahaha! Eu sei que exercer o ofício de mãe numa pandemia está sendo extremamente desafiador. E quero começar te dizendo que eu te vejo, te entendo e te sinto porque também estou vivendo isso e gostaria muito que você sentisse daqui o meu abraço e o meu colo!
Me chamo Bel, sou mãe de uma pequena linda de 1 ano e 4 meses que nasceu no dia em que a quarentena começou e de lá pra cá tem sido tudo uma loucura, na maternidade e na vida. Porque na verdade, a maternidade é mesmo muito louca! É uma das, se não a experiência mais transformadora na vida de uma mulher. Porque a gente é mexida em todos os sentidos, no corpo físico, mental, espiritual, quântico. Somos o canal que dá vida à novas vidas e que dá direção e apoio para todas elas. Ou seja, é louco demais!
Viver a maternidade em uma pandemia é 10 vezes mais louco porque estamos ali, o tempo todo, de frente com nossos filhos nos espelhando diversas coisas e ensinando um tanto de outras. E não é fácil, não é mesmo. Parece fácil porque a gente só olha pra fora -vê o que as pessoas querem nos mostrar- muitas vezes porque o que acontece dentro é complicado de encarar mesmo. Mas não se iluda, estamos todas no mesmo mar mas em barcos diferentes.
Não importa se o que você vê são mães plenas o tempo todo, malhando, indo pra academia, com muita rede de apoio e mostrando só o que é bom - essas mães também estão passando pelo mergulho interno que você está agora!
Estamos todas sobrecarregadas e cansadas por estar vivendo este momento de forma tão intensa, principalmente pelo fato da nossa sociedade ainda ser muito fundamentada em um conceito patriarcal que nos exige ser tudo ao mesmo tempo -mãe, mulher, dona de casa, profissional, e tantas outras coisas- e não nos permite vivenciar a maternidade com mais leveza. Pra mudar isso, nós temos que ser essa mudança antes. É, eu sei! Parece muito fácil falar, né? Mas a verdade é que eu enlouqueci nessa pandemia, tive uma depressão pós parto e várias crises de pânico e ansiedade. Hoje, eu estou melhor, cuidando mais da minha saúde mental, mas pelo menos uma vez na semana eu tenho uma crise de ansiedade. Ou seja, tá um pouco mais leve, já foi bem pior, mas ainda não tá bom. Ter uma crise de ansiedade por semana não é saudável. Então, de uns meses pra cá eu resolvi ser essa mudança que eu to falando, resolvi olhar pra mim, me cuidar mais e esquecer o que tá do lado de fora.
E o que quero te dizer com tudo isso é: Você não está sozinha!
Esses são alguns números que também retratam que muitas outras mães também tiveram e
estão tendo dificuldades da maternidade na dinâmica de pandemia:
63% das mães tiveram sintomas depressivos durante a pandemia *Revista Bebê Abril
41% de mulheres relataram dificuldade em lidar com os filhos durante a pandemia *Estudo ‘Vivências das mães com seus filhos pré-escolares durante a pandemia de covid-19”
69% das mães disseram ter sentido efeitos adversos na própria saúde devido a
preocupações e estresse durante a pandemia *Pesquisa encomendada pelo jornal The New York Times Todas nós fomos severamente impactadas por nos tornarmos as mães da pandemia. E independente dos seus privilégios para viver esse momento ou a falta deles, podemos agora trazer um novo movimento e ressignificar isso em um aprendizado e em uma enorme oportunidade de cuidar de nós mesmas.
E é esse o convite que quero te fazer aqui: vamos olhar pra dentro? Pra gente conseguir cuidar dos nossos filhos, precisamos ter, antes de tudo, saúde mental. E por mais que a gente tenha ajuda, essa saúde ninguém pode trazer- é de nós pra nós! Trouxe algumas dicas para te ajudar a viver esse processo com mais leveza, consciência e saúde mental.
Respire! Eu sei, às vezes parece que não dá tempo nem de parar pra respirar, mas é essencial. Busque nos momentos de mais agitação respirar fundo e quando tiver alguns minutinhos livre faça os Pránáyámas -técnicas de respiração do yôga que são simples e muito efetivas.
Crie tempo! Ao longo do dia a gente vai se atropelando, fazendo o que é urgente -ou seja, tudo né?hahaha- e não cria um espaço de tempo só nosso; e se formos esperar ter o tempo, nunca teremos. Então crie espaços de tempo (nem que sejam 5 minutos) ao longo do dia para você mesma: tome um café quentinho, olhe pela janela, leia algumas páginas de um livro, faça uma meditação, uma aula de yôga, uma leitura de mapa astral, terapia de cura ou prática de alguma filosofia.
Mude de ambiente! Não, não estou dizendo para ignorarmos o fato de que ainda estamos em uma pandemia, mas se o lugar em que você mora já flexibilizou um pouco mais, coloque a máscara e vá dar uma volta no quarteirão com as crianças -elas também ficam irritadas de ficarem presas dentro de casa- olhe as árvores, o sol, observe o seu caminhar e se divirta no passeio.
Fale e peça ajuda! Sei que é muito desafiador para nós enquanto mães, falarmos e pedirmos ajuda, porque achamos que temos que dar conta de tudo. Bom, você não vai dar conta de tudo! E o quanto antes você aceitar isso, mais leve vai ficar. Se não quiser falar, escreva, grave um áudio para você mesma, coloque pra fora o que precisa. Ligue para alguma amiga, familiar ou converse com o seu parceiro ou parceira. Peça ajuda e busque ajuda profissional também, tão importante quanto as pessoas que amamos são os terapeutas que podem nos ajudar. Não tem com quem falar? Manda mensagem aqui pra gente conversar! :)
Coloque limites! Você sabe quais são os seus limites em relação a tudo? Descubra seus limites de tarefas do dia, de tempo, de doação para equilibrar isso dentro de você. Vá até onde não te machuca. E de novo: você não tem que dar conta de tudo e nem vai!
Sinta! Se permita sentir todos os sentimentos. Chore, grite, bata na almofada, de risada, SEJA! Muitas vezes não queremos demonstrar essa fragilidade perto das nossas crianças, mas não segure. Já segurei tanto choro que um dia não consegui mais e desabei de chorar com a minha filha no colo -que se aninhou em mim e ficou me fazendo carinho- e tudo bem. Às vezes as crianças nos ajudam no nosso processo e enxergam que é normal e tá tudo bem sentir o que precisamos.
Troque a culpa! É clichê o que vou dizer, mas: Não se culpe. Você está fazendo o seu melhor, com o melhor que tem e isso é mais do que suficiente. Se em um dia você não conseguiu fazer alguma coisa da casa ou não deu pra dar muita atenção pras crianças, TUDO BEM! Troque a culpa na hora em que ela vier pelo mantra: “Eu fiz o meu melhor e faço todos os dias. Sou humana e compreendo que não consigo dar conta de tudo e tudo bem. Eu sou a melhor mãe que eu posso ser”.
Volte a ser criança! Tem dias que não dá mesmo pra focar em nada, que as crianças ficam animadas, pedindo atenção, querendo brincar e não tem o que você faça, elas não desistem rs. Então, junte-se a eles! Se permita voltar a ser criança, brinque junto, invente brincadeiras, chame para cozinhar junto, crie desafios para ajudarem com a casa e coloque sua criatividade materna a seu favor!
Entregue! Essa é a mais desafiadora haha, mas a mais eficaz. Tente entregar, flexibilizar e relaxar por mais que seja difícil. Ser mãe nesta sociedade já nos atribui uma carga enorme, nós não precisamos nos enrijecer também. Faça o seu melhor e espere o que vier dele! :)
Todas essas dicas são coisas simples que precisamos trabalhar diariamente e eu me incluo 101% nisso! Estou sempre tentando aplicar ao longo dos dias. E não é sempre que consigo, obviamente! Em muitos dias de cansaço extremo, irritação, stress e principalmente nos que eu não consigo terminar tudo o que preciso, fico muito frustrada, me sinto uma mãe péssima. E isso faz parte da maternidade de forma geral, porque ser mãe é isso: tentar, acertar, errar, cair, levantar. Mas cabe a nós tornar o processo o mais leve que for possível dentro da nossa realidade.
Quero deixar aqui também algumas dicas das Mães que assim como eu, fazem parte da equipe HIT e também estão vivendo isso:
Paty Palhares - Mãe do Matteo e Fundadora do HIT “Seja a mãe que você deseja ser para o seu filho sem julgamentos. Se joga!! Viva e experimente fazer tudo do seu jeito, porque no final, é o seu jeito e carinho que o seu filho precisa!
Quando bater o cansaço e desespero, respire fundo, e lembre que você não está sozinha! Pegue seu filho no colo, sinta o cheiro dele, porque em um segundo tudo alivia e um sentimento de amor eterno nos invade!”
“Se tornar mãe é transformador e passar por isso no meio de uma pandemia, é uma chance de evoluirmos ainda mais como mulheres e mães!! Meu carinho, amor e admiração por todas as mães da pandemia! Estamos juntas sempre!”
Jú Palhares - Mãe do Gigio e do e Fundadora do HIT
E a nossa dica de ouro: Conecte-se com o Universo HIT e seus profissionais! Aqui todos os terapêutas são certificados e validados e vão te ajudar através das terapias e filosofias. E muitos dos nossos conteúdos também podem te ajudar a enxergar a vida de uma forma mais leve e conectada.
Eu tive um fim de gestação e um início de maternidade extremamente pesados. Não porque me tornei mãe, mas porque fiquei tentando me tornar a mãe que eu achava que deveria ser, a que a sociedade queria, a que eu via no Instagram e comprava essa ideia. Eu fiz esse maternar ser pesado porque eu achei que tinha que dar conta de tudo, que existia um caminho certo de ser mãe. E só hoje, 1 ano e 4 meses depois é que começo a entender que o caminho de ser mãe é aquele que funciona pra mim e pra minha filha e isso cabe só a nós e isso é estar bem, entende? Por isso, se eu puder inspirar você de alguma forma é: cuide de você, olhe pra você e fique realmente bem! E se para isso você precisa de ajuda, de conversa, de descanso, de terapia de cura, de meditação ou de um ombro amigo, FAÇA!
E tenha a certeza de que você é foda! Você chegou até aqui e sobreviveu, mas agora é hora de realmente VIVER a sua maternidade da forma que for possível ao invés da forma que é “ideal”.
De mãe pra mãe?
Surte! Mas se cuide e surte de forma consciente hahaha. Dê as mãos para você mesma, se acolha e faça as pazes com a sua saúde mental. Você é a melhor mãe de pandemia que poderia ser :)
Vamos juntas nessa jornada de construção de uma maternidade e realidade mais leve e humana?
Tô com você!
Um abraço com carinho,
Bel Bran para o HIT!
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